"será possível pensar em alguém no passado? enquanto nos amamos, não permitimos que o mais ínfimo de nossos instantes, a mais leve de nossas dores se desligssem de nós e ficassem para trás. os sons, os odores, os matizes do dia, até os pensamentos que não nos tínhamos contado, tudo isto no acompanhava e tudo permanecia vivo: não cessávemos de desfrutá-los ou de sofrer por eles no presente. nenhuma lembrança; um amor implacável e tórrido, sem sombras, sem recuo, sem refúgio. três anos presentes ao mesmo tempo. foi por isso que nos separamos: já não tínhamos forças suficientes para suportar esse fardo. (..)
(..)
o passado é um luxo de proprietários. onde eu poderia conservar o meu? não se pode colocar o passado no bolso; preciso ter uma casa, arrumá-lo nela. só possuo meu corpo; um homem inteiramente sozinho, só com seu corpo, não pode reter as lembranças; elas passam através dele. não deveria me queixar: tudo o que sempre quis foi ser livre."
>>coisas que tenho pensado e encontrei sintetizado em um trecho do livro que leio: a náusea, de sarte.
*ouço: wonderwall, na bela versão de cat power.
www.janinha.fotolog.fot.br
www.fotolog.net/tear_box
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
Adorei a mensagem sobre o passado. De fato, co-existir multicronicamente é um fardo que se equilibra com as oscilações positivas e negativas que acomentem os diversos campos de nossa vida.
ReplyDeleteAmo essa dor-delícia...
Bjus!