oh, é de se suspirar! mal sabia rousseau sobre o bom selvagem! certamente, à sua época, pouco poderia imaginar como pode o meio de fato corromper um homem inocente. e de fato em fato, há tantos meios! o meio de comunicação, o meio termo e até o meio de se livrar... para melhor embasar sua teoria (na atualidade), eu o desafiaria a pegar um ônibus da linha 501.3, às dezoito horas, depois de esperá-lo por no mínimo 45 minutos. neste meio tempo, rousseau notaria um carro, dois, cinco, dez, vinte carros passarem velozes no rumo para casa; estimaria, pois, que aproximadamente apenas quinze desses carros transportavam mais de um ocupante. acaso estivesse no ponto da rodoviária, rousseau ergueria sombrancelhas vezes várias diante da selvageria dos bons homens em adentrar uma van ou um ônibus antes mesmo que o transporte parasse - presenciei momentos de óculos sendo quebrado, braços arranhados, pessoas caindo na poça de lama... e posso dizer que já me senti sendo levada pela maré mesmo morando em brasília - todavia, ele não teria muito tempo de refletir sobre isso porque, por razões óbvias, a vontade geral tornaria-se bastante potente e as diversidades sociais expanderiam-se, acumulariam-se, oprimeriam-se. e aqui está! inconscientemente, pactuaria de forma livre com outros seres humanos inteligentes; associaria-se à eles, socializando-se, e então passaria a prestar-lhes obediência mediante respeito à vontade geral! ir em pé, inclinado, empurrado e esmagado pelo meio mais do que pela própria pressão atmosférica faz parte do contrato; isto é suficiente para não ser incongruente em suas concepções e comportamento: aceita-o.
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