1. em relação a qualquer coisa nunca digas: 'perdi-a'; dize, ao contrário: 'devolvi-a'. morreu-te o filho? devolveste-o. morreu-te a mulher? devolveste-a. o teu campo foi roubado? foi também devolvido. mas quem o roubou é um miserável? que te importa por quem o retirou aquele que to dera? enquanto te deixam tais bens, toma conta deles como de um bem que pertence a outrem, como fazem os viajantes numa hospedaria.
Epicteto (séc. I d.C), Manual.


certamente,

há vários tipos de perda,
embora agora eu só me recorde de duas [dentre as muitas que devaneei].

mas eu posso falar de uma delas. assim, rapidamente.
ou da outra, conforme o tempo me lembrar.

há a perda de se deixar ir.
esta perda, eu já perdi as vezes que me deixei perder por ela.
e ela pode deixar saudade. desta saudade que é descontínua. decrescente. emudecedora.
a memória chega a perder resquícios seus.
é triste isso?

bom, para ainda é contínua.



e há a perda de cessar de ter.

essa perda,
para quem se importa,
é dolorosa
e pode ser até crescente.

eu sofro dela agora.

há quem perde por descuido,
mas eu ainda não consegui classificar a minha perdição.

fiquei privada, para sempre, não por muito tempo como ocorre em alguns casos, da companhia, da presença de alguém.

e isso dói? dói.

não a esquecerei em um lugar onde não se há lembrança; no entanto, me absorvo, me golfo e mergulho em recordações.



com a ajuda de aurélio, o dicionário datando anos atrás.

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