o eco que volta e revolta que ainda preciso saber. ninguém retrocede, dizem, apenas estacionam. seriam pausas? um rec? um rew? afterwards.


eu me cheguei junto ao precipício e perguntei porque ele ecoava os dizeres. pois ouvi dizer por aí bem isso. no entanto, eu não podia entender. e muito queria. ao que ele me respondeu:

- por que você repete o que eu digo?

eu deveria ficar bem braba pelo seu arremendo-me, mas reformulei minha questão novamente. talvez ele não tivesse me compreendido:

- responda: por que não responde ao que lhe dizem?

e retrucou-me rapidamente:

- responda: por que não responde ao que lhe dizem?
- . . . essas palavras, que lhe jogam, que caem à ti como rajadas, que mergulham em ti . . .

então ouve um silêncio. de certo ele ruminava o que eu lhe disse. sorri. então eu estava certa. o precipício, o eco, não apenas repete, mas reflete para responder adequadamente ao que lhe perguntam. o problema é que alguns acham que isso é questão de ego, mas eu assimilei um elo a ser estabelecido. era necessário, pois, as palavras certas. e as seguintes palavras vieram-me aos ouvidos antes que cada ponta de meus lábios alcançassem uma orelha a outra:

- . . . essas palavras, que lhe jogam, que caem à ti como rajadas, que mergulham em ti . . .

enruguei-me toda. perturbada. afrontada. mas ponderei. senti de fato aquelas palavras mergulharem meu íntimo, caindo num vôo veloz e sem som, até o fundo, o profundo. a sensação era tamanha familiar que de repente me apeteceu que eu finalmente havia compreendido o precipício. desvendei seu enigma: eu não poderia me precipitar!

- às vezes em busca de respostas, às vezes sem ao menos se sentirem - senão quando jogadas e enfim despertadas quando tombadas?

silêncio. e então: "às vezes em busca de respostas, às vezes sem ao menos se sentirem - senão quando jogadas e enfim despertadas quando tombadas?"

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