Levando a vida


Man Pushing His Senior Mother in a Wheelchair Near Seashore, Motala, Sweden 
Hoje fiz algo que me deixou feliz: no caminho para o ponto de ônibus vi esse cara la lonjão pelando para empurrar sua cadeira de rodas nas calçadas entrecortadas do Eixo, Brasília. Cara, nenhum dos pedestres que passava por ele o ajudou. Então, apressei o passo para alcançá-lo e perguntei se queria ajuda. Pelo que vi, ele ia atravessar o seguimento Eixo W-Eixão-Eixo L, uma travessia de três vias bem longa, mas que pode ser atravessada por baixo, no caso, pela passarela do metrô. 

Quando finalmente o alcancei e perguntei se queria ajuda, ele ficou meio assustado com a abordagem [e atipicidade dela], mas aceitou. Ofereci para colocar um dos seus pés pendentes para o pedal da cadeira, mas ele disse que poderia ficar assim mesmo. Então, segurei no guidon da cadeira cambaleante e lá fui, controlando o passo, as descidas, para levá-lo. 

Cara, ele parecia radiante. As pessoas ficavam olhando, os guardas do metrô e tudo mais ao me verem passar com ele: uma menina bonita, bem vestida levando-o até o outro lado. Essa parte é mentira, mas sério, foi muito legal. Só me arrependo de naão ter colocado a música instrumental piano/violino que escutava nos fones na opção alto falante para ele ouvir também e sonorizar o caminho. 

Enfim, deixei-o em seu ponto e segui para o meu, para esperar o ônibus. Ainda vi que ele esperou bastante tempo até passar um ônibus adaptado para sua cadeira. E quando chegou [junto com o meu] as pessoas no ônibus o ajudaram a subir também. Fico feliz de ter tido coragem de ajudar alguém, assim, out of nowhere, vencendo finalmente a apatia do expectador. 

Fim!

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