Fazendo o bem, que mal tem?

Os últimos tempos não têm sido fáceis. Em especial, as últimas semanas. As experiências pelas quais tenho passado me afetam profunda e tristemente.

Sem querer maldizer, o mal está presente na história humana. Basta ler, ouvir, ver os noticiários para saber.

Entretanto, segundo Tomás segundo Callegaro, "os piores males não são as dores ou privações físicas, mas, ao contrário, são os que tocam intimamente o humano".

Mas se é mesmo o que dizem - que há males que vem para o bem - então, quero sofrer do mal de meliorismo. 

Eu quero sofrer deste mal como uma forma de privação: desejo privar-me da falta de confiança na humanidade. Que os acontecimentos recentes ajudem-me, portanto, a resgatá-la. Em mim e nos outros. 

Tendo em mente que não preciso nem de perfeição nem de ser, anseio apenas ser acidente na vida dos outros. Assim, de repente. Que eu possa ser uma leva e traz do bem. 

E que isso se torne  também um vício! Ou melhor, que isso se manifeste em mim como uma doença, a qual eu seja capaz de  transmitir e multitplicar de forma virulenta. 

Sim, ser contagiada pelo vírus de fazer o bem como forma de remediar o mal é minha vontade, desde que seja, enfim, de todos os males, o maior.