a crítica ao expressionismo


poeta e teatrólogo, bertolt brecht nasceu em augsburg, na alemanha, a 10 de fevereiro de 1898. estudou medicina e ciências naturais em munique e, já 1914, publicou seus primeiros poemas. em 1924, mudou-se para berlim, onde se engajou no deutsches theater [embora não contenha tradução nesse texto, essas palavras, em alemão, correspondem a 'teatro alemão', em português, ou teatro da alemanha. mas como ainda não sou um/a bom/a tradutor/a do alemão, contenha-se e contente-se - vale explicar que esse 's' que aparece em algumas palavras em alemão, não é um plural, mas uma situação semelhante ao do 's ou s' do inglês, das ist, posse (nota do/a dono/a deste blog insolente], trabalhando com diretores como max reinhardt (1783 - 1943) e erwin piscator (1893 - 1966) [não sabe quem são? bem, nem eu. google e/ou wikipedia].

sua formação artística foi bastante influenciada pelo movimento expressionista, que ele, entretanto, captou de forma especialmente crítica. essa crítica vinculava-se a suas concepções políticas, que viam no expressionismo uma forma de alienação. na verdade, os expressionistas ligavam-se ao momento histórico bastante complexo vivido pela alemanha. com a reconstrução do país após a primeira guerra mundial, as mais diversas forças sociais permeavam as várias camadas da população alemã, provocando diferentes concepções de vida e expectativas contraditórias quanto a um futuro. vivendo num constante clima de caos político, muitos voltavam-se para a experiência russa -- então no início --, que buscava edificar uma nova ordem social. outros encontravam no passado e no desejo de reviver o santo império romano germânico a esperança para um presente tumultuado. mas havia também os que se refugiavam num cinismo sardônico [aqui, mais uma vez, procurando ser vgentil com o leitor, oferecerei para aqueles leitores mais leigos como eu o significado de sardônico logo abaixo. mas, por enquanto, finja que isso é uma prova braba, e tente deduzir pelo contexto] , assumindo uma atitude de desprezo e rebelião total.

acreditando na salvaçãoo do homem por meio do desenvolvimento espiritual, os expressionistas afirmavam, de acordo com as palavras de um de seus bastiões [bastiões? role a barra, cansado leitor e leia agora ou após], theodor dauber [quem? a dica está darüber, acima, ou, it was already said. isso rima, não? desculpe-me as insterferências no texto. deve ser a sacerdônia. não. sardônia. tenho dislexia, não disse? é. mas eu me diagnostiquei. tá bom, parei] [só pra não deixar passar, não, não sou hipocondríaco/a, não, não mais.], que ''nossa época possui um grande desígnio: uma nova erupção da alma''. caracterizando dessa forma os anseios de alguns setores da sociedade alemã, os expressonistas possuíam uma crença em comum com a fé no absoluto.

de acordo com eles, as coisas nada significariam por si mesmas, mas somente m função daquilo que cada indivíduo acredita que eles sejam. segundo o crítico anatol rosenfeld [acredito que você não seja tão curioso/a como eu, pois que então esqueça o previsível e redundante comentário que eu faria aqui] [e me desculpe se for curioso/a, e lembre-se da regra de dois], ''o autor 'exprime' suas visões profundas propondo-as como mundo. este é apenas expressão de uma consciência que manipula livremente os elementos da realidade, geralmente deformados segundo as necessidades expressivas da alma que a manifesta. a idéia profunda plasma sua própria realidade''. [esta é máxima]

os teatrólogos expressionistas passam a dedicar-se à construção de heróis, que simbolizam o homem como entidade abstrata. em sua história, o herói é carregado de mostrar tanto sinais do apocalipse como a esperança que deposita num futuro utópico.

essa tendência tornou-se nítida quando o teatro expressionista passou a colocar personagens cada vez menos individualizados em cena. e, na medida em que se representava idéias abstratas, o herói expressionista terminou por viver, no palco, uma derrota temporal e uma vitória espiritual ante uma sociedade imutável. formalmente, as peças passaram a se caracterizar por uma estrutura típica, o stationendrama.

brecht, que a história da humanidade como um processo dialético de transformação [e é bom que você sabe o que é dialético], baseado nas forças econômicas, não aceitava essa perspectiva abstrata de apresentação da realidade humana. e viu o expressionismo através de um filtro crítico já visível em suas obras de juventude.

a primeira delas, baal [], escrita em 1918, posui a estrutura de um stationendrama. mas a peça é mais uma paródia das obras expressionistas do que propriamente uma peça escrita nesse estilo. assim, enquanto as personagens expressionistas buscavam a contínua exaltação do espírito, baal se revolve na matéria com um deleitoso horror: (...) ''era um lugar em que alguém pode se sentir satisfeito de ter em cima as estrelas e embaixo os próprios excrementos''. (..)

sua segunda peça, tambores da noite (trommeln in der nacht, 1922), também mostra como essa reflexão crítica em relação ao expressionismo, com personagens individualizados e um tempo historicamente determinado. a peça narra a tomada do bairro dos jornalistas por um grupo de trabalhadores - fato de repercussão na época. relacionada com a própria participação política de brecht - que chegou a integrar um conselho de trabalhadores e soldados de augsburg -, tambores na noite, desmistifica os heróis expressionistas, que buscavam valores transcendentes e mostravam um apego animal aos valores burgueses.

em 1921, viajando para berlim, brecht dedica-se a um nova obra, de caráter experimental. ao buscar, de acordo com suas afirmaçõs, ''formas teatrais que correspondessem ao espírito de nossa época'', criou na selva das cidades [im dickicht des städte, 1922), concebida com a estrutura de um combate de boxe. [breve intromissão.. combate de boxe? se isso for uma tradução, acredito que ma luta de boxe seja mais conveniente no uso comum do português brasileiro. anyway] nessa peça, george garga, um pequeno empregado de livraria em chicago, e shlink, um homem rico, lançam-se a uma luta sem quartel [quartel?], na qual o segundo procura comprar a opinião do primeiro. logo em seguida, brecht inicia uma fase de produção bastante fecunda, com adaptação, em 1923, de uma peça de christopher malowe, vida de eduardo ii da inglaterra (leben des eduards des zweiten von england); trabalhou numa encenação de macbeth, de shakespeare, e na criação de quatro peças em um ato: o mendigo, a expulsão do diabo, luz in tenebris e o casamento. nessas obras, gradativamente, brecht se distancia dos dramas expressionistas, formulando concepções estéticas já bastante inovadoras. como aliás, soube perceber então o crítico herbert inhering : ''... bertolt brecht, um poeta de vinte e quatro anos, mudou o rosto da poesia alemã. com bertolt brecht nasceu um novo tom, uma nova melodia, uma nova forma de ver''.

[continua em um teatro bumerangue]

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