há muito venho querendo postar sobre a vida no ônibus, o coletivo.
eu o considero um ótimo representante da sociedade.
raquel diz que fará uma tese, um artigo revolucionário sobre a tradução;
eu digo a ela que provarei que a sociedade pode ser estudada através do seu comportamento no ônibus.
talvez o leitor que ainda se retenha acá,
perceba isso.
e concorde,
é preciso.
pois que logo o vi,
e pensei,
'ah, vou em pé; não quero, espero mais um.',
mas acabei pegando esse mesmo,
algo me impulsionou
e sei que foi o apelo de engajar nessa teoria.
é desses ônibus largos,
com ajustes para os portadores de necessidades especiais.
entrei com meus apetrechos escolares,
já estava lotado,
e fui uns 5 minutos assim, com a mão em uma das hastes,
e outra no dicionário e livro.
até que um homem me cutucou e pediu-me o material.
entreguei com muito grado; mas isto é motivo para outro post, das pessoas que se oferecem para te ajudar em um...coletivo.
- e então que vi esse outro homem sentado na cadeira reservada para os deficientes visuais [esqueci o nome mais politizado]. ele usava um óculos escuro e se portava muito ereto, sério, ''olhando'' para frente, com fones no ouvido. pensei ''deve ser que isso é normal, não poder ver mas ouvir''.
- e havia também esse homem anterior que pediu meus materiais. a princípio, muito nervoso. deve ter ficado na dúvida que sempre fico. o peso consciente de que você está sentado e outro em pé, portando algo que você poderia levar mais a vontade. enfim. e observei o cd de rap que ele carregava e mais tarde percebi a capa do porta-cd, que era de uma mulher voluptuosa com um vestido vermelho bastante justo. não sei, mas achei um tanto contrastivo. e depois pensei como o rap é marginalizado neste país um tanto imbecil. e pensei como é diferente, apesar das devidas ressalvas, nos stati uniti, onde os rappers e os hip hops guys. por quê?, pensei.
- ai de repente aparece essa mulher com uma criança, um bebê. aí o homem de óculos, o suposto cego, estica o braço a ela e brinca. eu, assim, de olhos abertos, pensei, mas como isso? há de ocorrer isso? desconheço. mas ele continuou. e fiquei pensando, mas isso não deve ser comum. lá pro final, na hora de descer, ele ergueu os óculos e foi-se embora. e eu fiquei acá pensando que isso bem deve ser comum. eu que sou uma straniera.
havia mais outros dois incidentes. mas já esqueci.
Vou responder neste post que é um dos melhores que eu já li, não deste blog, de todos. Queria ter escrito.
ReplyDeleteDiogo Mainardi é muito escorregadio, depois de umas lidas não sobra muita coisa mesmo. Mas isso é decantação não é? As opiniões andam fracas nos jornalões, às vezes não tem o que decantar.
E o caso das escritas jovens...hum...eu acho muito ruim mesmo, acho que faz mal, se a pessoa é preguiçosa continua escrevendo assim muito tempo,talvez passe a falar assim (não, brincadeira). É que eu só fui me informatizar muito depois.
E o professor Carlos Bagno, o que acha?
Algo perturbador ocorre acá. Depois da mudança do PR essa foi uma daquelas coisas cotidianas que se pensa quando se desiste das outras, cumprimentar o motorista e agradecer pela viagem, sempre evitei isso.. mas sem justificativas ainda, outra moça que mesmo daqui sofria do mesmo pensamento e pediu o que era aquela tentativa de Kant de eleger máximas sobre atitudes, respondi de pronto que não lembrava no momento mas que também estava arranjando uma justificativa pela minha falta com o motorista. A tentativa dela certamente era mais elegante... tentar em Kant uma justificativa justa para não fazer, a minha era mais natural e digamos mais prática, era que observei os avisos logo abaixo do nome do motorista apresentado no alto ao lado da placa da direção do ônibus (Universidade - Centro) que dizia: "Não fale com o motorista"
ReplyDeletepronto, resolvido. Agora vou procurar alternativa pra pedir pão francês ao invés de "cacetinho"
Bela fala como já observou acima o colega.
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